Paranaguá 371 anos de história para contar e quanta história! Por aqui já passaram tantas pessoas importantes que nos ajudaram a escrever cada linha dessa jornada. Você já deve ter se perguntado, quem será que foi Fernando Amaro? Nome de uma das principais praças da cidade e Rachel Costa, qual será a história por trás da mulher que carrega o nome do nosso querido teatro.
Pensando nisso separamos aqui alguns nomes ilustres da nossa rica história para que você possa conhecer um pouco mais sobre essas pessoas que fizeram a diferença por aqui e deixaram suas marcas ilustradas em ruas e obras.
FERNANDO AMARO
Fernando Amaro, que atualmente tem seu nome em uma das praças mais tradicionais da Paranaguá, foi um grande nome em nosso progresso cultural.
Nascido em Paranaguá em 1831, faleceu prematuramente com apenas 26 anos de idade, mas não sem antes conquistar a história do país com o posto de primeiro poeta paranaense. Quando morou em Morretes, trabalhou como contador (na época, denominado guarda-livros) e como secretário da Câmara de Morretes. Nas horas vagas, dedicava-se a literatura e a poesia, criando e recriando poemas que fazia questão de declamar nas praças da cidade de Paranaguá, o que o levou a ter reconhecimento imortalizado na justa homenagem da praça que leva seu nome. A inauguração da praça, em 1907, marcou uma homenagem ao 50º aniversário de falecimento de Fernando Amaro, que assim foi eternizado em nossa história. A praça que foi cenário de encontro da sociedade parnanguara no início do século XX, continua sendo hoje um dos principais pontos de encontro de nossa cidade.
JULIA DA COSTA
Julia da Costa, nascida pouco antes do falecimento de Fernando Amaro, em 1844, é conhecida como a primeira poetisa paranaense. Uma mulher forte, decidida e à frente de seu tempo, utilizou-se de pseudônimos como “sonhadora” e “americana” para publicar os livros Flores Dispersas 1 e 2.
Júlia viveu uma história triste de um amor, tendo de se casar contra sua vontade, deixar a cidade de Paranaguá e mudar-se para São Francisco do Sul, onde morou até falecer. Desiludida com seu casamento, imposto por sua família, Júlia passa a escrever poemas cada vez mais tristes e melancólicos e a publicar cronicas-folhetins sobre moda e festas que frequentava em jornais e revistas, tornando-se uma lenda viva em sua pequena cidade.
Em sua velhice solitária, Júlia da Costa enlouquece e fica reclusa em seu casarão por oito anos até o seu falecimento em 2 de julho de 1911. Foi sepultada em Santa Catarina e não em Paranaguá, onde sempre desejou. Porém, em outubro de 1924, finalmente seu desejo foi realizado e seus restos mortais foram transportados de Santa Catarina até Paranaguá, sendo enterrados na Praça Fernando Amaro, sob um obelisco de pedra. Após 85 anos, em 2009, o monumento sofreu a ação corrosiva do tempo e necessitou de reparos. Os restos mortais da poetisa foram transferidos então para um jazigo próprio no Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá.
NESTOR VÍTOR
Nestor Vitor dos Santos nasceu em 1868 na cidade de Paranaguá. Foi grande ativista político pela libertação dos escravos, participou como um dos fundadores do Clube Republicano de nossa cidade, além de ter trabalhado como chefe do jornal “Diário do Paraná” e como professor de Português, Francês e História do Brasil. Por atuar com escrita e imprensa, tornou-se membro da Academia Paranaense de Letras. Como homenagem ao centenário de seu aniversário, a rua que carrega seu nome em Paranaguá recebeu também um busto para relembrar a personalidade.
RACHEL COSTA
Rachel de Souza Pereira da Costa, nasceu em Paranaguá em 1926 e, até a sua morte, fez questão de transmitir sua paixão pela música à cidade de berço do Paraná.
Apaixonada por música, estudou piano na academia musical de Paranaguá, o que lhe deu a oportunidade de participar de concertos e recitais e a ser nomeada professora de música e canto orfeônico do colégio José Bonifácio e da Escola Dr. Caetano Munhoz da Rocha, em meados da década de 50. Nesta época, deu início ao primeiro coral de professores de Paranaguá, intitulado como Coral “Diva Vidal”, que representou Paranaguá em apresentações no exterior. Além disso, foi diretora do conservatório de música de Paranaguá e, com suas aulas, formou diversas gerações de pianistas.
Com tantos feitios, Rachel tornou-se uma personalidade muito influente e ativa na sociedade cultural parnanguara, contribuindo grandemente ao crescimento das artes na cidade. Em homenagem a musicista, o Cine Teatro Municipal carrega o seu nome, transmitindo seus ideais no palco onde inúmeros artistas se apresentam.
VISCONDE DE NACAR
Manoel Antônio Guimarães, o Visconde de Nácar, nascido em 1813, teve grande poder político na cidade de Paranaguá, além de dominar o comércio local, possuindo vários imóveis na época. Foi quem recebeu a comitiva de Dom Pedro II no Porto de Paranaguá e pode hospedá-los em seu palacete que, posteriormente, tornou-se sede da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores. Por sua importância histórica, o palacete é atualmente tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (IPHAN).
Essa foi nossa singela homenagem à nossa amada Paranaguá! Todos nós somos responsáveis por um pedacinho da história de nossa cidade. Que venham ainda muitos Fernandos, Julias e tantos outros nomes escrever suas histórias de coragem, amor, força e luta em nossas páginas. Feliz 371 anos Paranaguá!
Fontes: