Comemorado anualmente no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é uma data histórica, marcada pelas lutas das mulheres pela igualdade de direitos.
Ao longo do tempo, diversas mulheres no mundo fizeram história por suas ações, descobertas, manifestações e criações. Muitas delas, no entanto, não são tão conhecidas ou não recebem o merecido reconhecimento.
Sendo o Dia da Mulher um marco histórico para a história do mundo, o post de hoje não poderia ser diferente!
Inspirados pela data, nós fomos além da homenagem a essas guerreiras e trouxemos um blog especial com cinco personalidades femininas de grande importância para a história do Brasil!
1 – Cora Coralina, poetisa
Cora Coralina (1889-1985), pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto, foi uma poetisa e contista brasileira, considerada uma das mais importantes do país.
Nascida na Cidade de Goiás, começou a escrever poemas e contos quando tinha 14 anos. Ao longo de sua vida, publicou diversos poemas em jornais e anuários, mas seu primeiro livro só foi publicado aos seus 75 anos.
Apesar de sua paixão pela escrita, Cora Coralina se tornou doceira para sustentar seus quatro filhos após a morte do marido, em São Paulo. Foi quando se mudou para Andradina, em 1936, que começou a escrever para o jornal da cidade.
Foi só quando retornou para sua cidade natal, ocupando a cadeira número 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, que a poetisa passou a enviar suas poesias aos editores.
Cora Coralina recebeu diversos prêmios como escritora e poetisa e é até hoje considerada uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional.
2 – Ana Néri, enfermeira
Ana Néri (1814-1880) foi a pioneira da enfermagem no Brasil, prestando serviços voluntários nos hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá, durante a Guerra do Paraguai.
Nasceu no interior da Bahia e se casou com Isidoro Antônio Néri, capitão-de-fragata da Marinha. Ficou viúva aos 29 anos, quando passou a cuidar sozinha dos três filhos pequenos.
Quando seus foram convocados para a Guerra do Paraguai, escreveu uma carta ao presidente da província e se voluntariou para servir como enfermeira durante o conflito.
Mudou-se para o sul do país e começou a aprender sobre enfermagem, criando, com os seus próprios recursos, uma enfermaria em Assunção, no Paraguai.
Após a Guerra, foi condecorada com medalhas e recebeu homenagens do imperador D. Pedro II.
Ana Néri foi uma mulher tão importante para a história do nosso país que o dia do enfermeiro é celebrado até hoje no dia 20 de maio, dia de sua morte.
3 – Bertha Lutz, botânica
Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976), foi uma botânica, advogada e importante figura na busca por igualdade de direitos jurídicos entre os sexos no Brasil.
Nasceu no Rio de Janeiro, mas estudou ciências em Paris, onde se formou em Ciências Naturais e entrou em contato com as primeiras ideias feministas. Ao voltar para o Brasil, passou a trabalhar como tradutora no Instituto Oswaldo Cruz junto ao seu pai, o zoólogo Adolfo Lutz.
Foi a segunda mulher a prestar concurso público no país e ingressou como secretária do Museu Nacional.
Fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher e a Federação Brasileira para o Progresso Feminino, encaminhando a luta pela conquista do voto feminino no país, que foi incorporado na Constituição em 1934.
Ao lado de várias mulheres, conseguiu que o Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, aceitasse o ingresso de meninas. É por isso que, atualmente, Bertha Lutz dá o nome a várias escolas e ruas do país.
4 – Nise da Silveira, psiquiatra
Nise da Silveira (1905-1999), psiquiatra alagoana, foi pioneira na terapia ocupacional ao defender e lutar pelos tratamentos psiquiátricos humanizados no Brasil.
Estudou na Faculdade de Medicina da Bahia, sendo a única mulher numa turma de 157 alunos. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1927, onde estabeleceu suas raízes intelectuais e profissionais.
Em 1944, começou a trabalhar no Hospital Pedro II, mas era contra os tratamentos psiquiátricos realizados lá. Enquanto todos os médicos praticavam lobotomia e eletrochoque para tratar pacientes psiquiátricos, Nise defendia a terapia baseada em ateliês de costura, marcenaria e pintura.
Por muito tempo foi ridicularizada e desmoralizada, até que o mundo se rendeu aos seus ensinamentos, que se mostraram muito mais eficazes no tratamento psiquiátrico.
A psiquiatra ficou conhecida mundialmente e inspirou a criação de museus e centros de saúde que trabalham com cultura e terapia ocupacional.
5 – Nísia Floresta, escritora
Dionísia Pinto Lisboa (1810-1885) foi uma escritora e intelectual que ultrapassou as fronteiras do Brasil. Ela é autora do livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, lançado em 1832.
Nasceu no município de Papari, no Rio Grande do Norte. Hoje, a cidade carrega o nome de Nísia Floresta, em homenagem à escritora.
Após se mudar para o Rio de Janeiro, Nísia Floresta criou uma escola para meninas, passando a ensinar português, francês, italiano, ciências naturais e sociais, matemática, música e dança.
Foi pioneira na busca pelo direito à educação científica para mulheres, fundando a base de gerações que hoje estão em escolas e universidades, estudando e lecionando.
Inspirados por essa força da mulher brasileira, deixamos aqui nossa homenagem a todas as mulheres que fazem do nosso mundo um lugar melhor para se viver! Feliz dia da mulher.
Fontes:
eBiografia
O Globo